[A última morada]

Não é justo que a morte reclame tão cedo a vida de um cão como o Pirata!

Conheciamos a Leishmaniose desde o início e tivemos todos os cuidados de que nos informaram: evitar passear ao anoitecer e ao amanhecer, evitar zonas com águas paradas, cumpriamos rigorosamente o calendário do Frontline, ...

O Pirata contraiu a doença apesar de todos os nossos cuidados! E, infelizmente a sua reacção aos tratamentos foi a pior possível desenvolvendo complicação em cima de complicação!

Ficariamos com ele qualquer que fosse o problema de saúde em causa e mantivemos sempre a esperança da sua recuperação. Mas, quando vimos que as dores o dominavam, percebemos que tinha chegado o fim!

O Pirata foi eutanaziado com o meu consentimento e faleceu nos meus braços enquanto recebia muitas festinhas minhas e do Dono. Penso que, se ele pudesse ter escolhido, seria assim que teria "gostado" ...

A sua partida deixou-nos um vazio impossível de preencher de tal modo que a nossa familia ficou para sempre incompleta!

Nunca mais me vai chantagear sentando-se e dando a pata com aquele olhar de "Vá lá, Dona!"...
Nunca mais vou acordar com o braço dormente depois do Pirata ter adormecido com a cabeça em cima de mim ...
Nunca mais terei a sensação reconfortante de esticar o braço para fora da cama a meio da noite e encontrar o seu pelo macio ...

Ao voltar de Barcelona, após a cremação, ficamos num hotel: o primeiro sinal de que tinhamos perdido o Pirata!

Ficarei para sempre com a duvida de se poderia ter feito as coisas de outra maneira ... talvez se lhe tivesse colocado mais alguma protecção além do Frontline ..., talvez se eu não tivesse ido para Espanha ..., talvez se o tivesse levado logo comigo para Espanha ...

Agora o Pirata repousará para sempre à cabeceira da nossa cama ... e viverá para sempre no nosso coração, pois lembrar-nos-emos sempre dos tempos maravilhosos que vivemos com ele!

[O quarto]

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